segunda-feira, 25 de setembro de 2017

POR  ONDE RECOMEÇAR?
O meu nome é Nilza Francisca Souza Lima. Em 2010, no mês de agosto, com 46 anos de idade, o médico (mastologista Dr. Fernando Ferrer) me disse que eu tinha um câncer de mama. Carcinoma ductal invasivo,um dos mais agressivos que existem. Como tudo começou? Eu fui ajudar minha irmã (Eliane) a carregar um móvel, e senti um tranco no peito, Quando apalpei o lugar havia um caroço. Eu não o tinha visto antes. Ele não estava lá. E olha que eu me cuido. Na primeira consulta eu e o médico tivemos o seguinte diálogo(mais ou menos assim): "você sabe que tem um tumor?","tenho?", "sim", "você não sente dor?", "Não", "pela minha experiência,então,posso dizer que é maligno. Tumores malignos não doem,até ser tarde demais." (pausa), "você está entendendo o que eu estou dizendo?", "sim.Eu tenho um tumor na mama e é maligno." (pausa), a senhora é de Deus?", sim. Sou", "então tá explicado,a sua reação, tão tranquila!". Antes de mim entrou alguém que saiu, depois da consulta desesperada com o diagnóstico. Ele se impressionou com a diferença de reações!! Eu não posso dizer porque reagi assim. Posso dizer que sempre soube que Deus estava comigo e está,em todo o tempo,mesmo naquele momento. Chorei muitas vezes. Chorei no consultório da Kilza (minha nutricionista),por pensar em como seria difícil para minha família. Chorei um dia abraçada com meu marido na cama. Um choro de desabafo, eu acho, meio gritando,soluçando. Coitado!! Me abraçou e me deixou chorar!! Foi forte, por mim. Um gesto de amor que jamais vou esquecer!! Chorei,muitas vezes,na Igreja.Eu sei que sempre posso chorar diante de Deus!!
Mas hoje, 25 de setembro de 2017, 7 anos depois desse diagnóstico,aos 53 anos,ainda estou aqui. Eu sobrevivi ao câncer. Estou viva. Estou bem. Numa contagem que começou depois da quimioterapia, em 2011, eu estive fazendo consultas e exames de controle durante 5 anos. No ano passado,eu recebi alta. O Dr Alfredo(oncologista) me deu alta e atestou que eu estava curada do câncer de mama. O diálogo que ele teve comigo nesse dia(mais ou menos assim): "agora eu posso lhe falar o que não falei antes,no início do tratamento." "diga" "o câncer que você teve é dos mais agressivos que existem, dos que mais matam.Apenas 2% das mulheres diagnosticadas sobrevivem a este tipo de câncer." "então podemos dizer que foi um milagre?" "você pode dizer que foi um milagre.Eu não posso dizer que foi um milagre." "Foi um milagre!!! Glória à Deus!!!" (risos). Meu riso,de alegria!! O dele,não sei,alegria por ver uma paciente curada e feliz,incredulidade,não sei...o fato é que eu estou aqui...ainda estou aqui...

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